We, you, they: estratégias cognitivas no uso de pronomes pessoais em inglês

Título: We, you, they: estratégias cognitivas no uso de pronomes pessoais em inglês
Orientador: Lilian Vieira Ferrari
Páginas: 187

Resumo

Esta tese se propõe investigar os pronomes we, you e they no inglês falado, utilizando o instrumental da Linguística Cognitiva. Mais especificamente, utilizamos a Teoria dos Espaços Mentais (Fauconnier, 1994) as descobertas da Conceptual Science (Lakoff e Narayanan, a ser publicado), e em especial suas noções de Conceptual Integration e Simulation, em conjunto com as noções de Targeting (Talmy, 2013) e Identity Partition (Talmy, 2000). A pesquisa toma como base, ainda, as abordagens cognitivas da dêixis (Rubba, 1996 e Marmaridou 2000), a noção de subjetividade (Langacker, 1990) e a Basic Communicative Space Network (Sanders, Sanders e Sweetser, 2009 e Ferrari e Sweetser, 2012). Esta pesquisa investiga os diferentes usos dos pronomes we, you e they, demonstrando, a partir do trabalho anterior de Andrade (2014), que os diferentes usos dos três pronomes formam uma categoria radial, e que existe um uso genérico para cada um dos pronomes. Tomando como base o Princípio da Não-Sinonímia (Goldberg, 1995), o foco da tese se encontra na busca por uma explicação para a diferença entre we, you e they genéricos.

As principais descobertas da nossa pesquisa são: 1) diferentes processos de Conceptual Integration são responsáveis pelo surgimento dos diferentes usos dos pronomes we, you e they, entre eles, os usos genéricos, que, a princípio, pareciam ser intercambiáveis; 2) ao unir os conceitos de Conceptual Integration e Simulation ao de Targeting, alcançamos uma melhor compreensão de como o ouvinte encontra o alvo (nos termos de Talmy, 2013) para o qual cada um dos pronomes aponta; 3) unindo os conceitos de Conceptual Integration à Basic Communicative Space Network, podemos compreender como surgem diferentes níveis de subjetividade (nos termos de Langacker, 1990) de we e you genéricos e you hipotético; 4) e mais importante, demonstramos que, por efeito das Simulations, que fazem parte dos processos de Conceptual Integration, o ouvinte é convidado, através do uso de we, you ou they genéricos (e, ainda, you hipotético), a imaginar-se na situação descrita, respectivamente como parte de um grupo, como experiencializador, ou como uma pessoa que, juntamente com o falante, não se identifica com o grupo descrito, ainda que os três pronomes, em seu uso genérico, refiram-se a pessoas em geral.

A principal contribuição deste trabalho se encontra em uma compreensão cognitivista mais aprofundada acerca dos dêiticos de pessoa estudados, como resultado de uma articulação de propostas teóricas que convergem para a explicação dos processos cognitivos responsáveis tanto pela criação das categorias radiais de cada um dos pronomes, quanto pela escolha, por parte do falante, entre o uso de we, you ou they para expressar generalização.

Categorias: Teses
Autor: Helen de Andrade Abreu