Traços morfossintáticos e subespecificação morfológica na gramática do português: um estudo das formas participiais

Título: Traços morfossintáticos e subespecificação morfológica na gramática do português: um estudo das formas participiais
Orientadora: Miriam Lemle
Páginas:
 315

Linha de pesquisa: Gramática na Teoria Gerativa

Esta tese de doutorado investiga as formas participiais do português brasileiro tendo como arcabouço teórico o modelo da Morfologia Distribuída. O interesse pelos particípios se justifica por estes permitirem um olhar sobre questões que estão na interseção de vários módulos da gramática. E a arquitetura separacionista proposta pela Morfologia Distribuída nos permite não só estabelecer que contribuições a sintaxe, a morfologia e a semântica dão individualmente, como também nos oferece uma boa explicação de como estes módulos interagem para a produção das formas aqui estudadas. O texto da tese se divide em duas partes. Na primeira, o foco é o particípio passado nas formas verbais: tempos verbais compostos e Voz passiva. A idéia básica (Ippolito 1999) é de que o item de Vocabulário /d/ do sufixo participial -do é subespecificado, podendo realizar informações gramaticais diversas no verbo principal, como aspecto e voz. A segunda parte se debruça sobre os particípios nos adjetivos e as nominalizações. Além do particípio passado, o que é chamado nas gramáticas tradicionais de particípio presente também é estudado. A questão mais importante aqui é a da altura de anexação do morfema aspectual à estrutura: se ele for diretamente anexado à raiz, o adjetivo derivado de raiz associada ao verbo não necessariamente terá um significado relacionado a esse verbo; se a anexação for mais alta, acima do morfema verbalizador, o que define a categoria gramatical do particípio é o contexto sintático em que ele ocorre, e seu significado terá que levar em consideração o do verbo, sempre.

Categorias: Teses
Autor: Alessandro Boechat de Medeiros