Orientador: Prof(a). Dr(a). Marília Uchôa Cavalcanti Lott de Moraes Costa
Páginas: 287
Resumo
O presente estudo investiga os sinais correspondentes aos bairros da
cidade do Rio de Janeiro utilizados pelo povo surdo, com foco nas
motivações toponímicas. Segundo Dick (1990), a toponímia estuda os
nomes geográficos, ou seja, os nomes próprios de lugares, da sua
origem e evolução. Como membro do povo surdo e da comunidade
surda carioca, observamos que nem todos os bairros do Rio de Janeiro
já possuem sinais amplamente utilizados por essa comunidade. O
objetivo deste trabalho é identificar as possíveis motivações
toponímicas percebidas pelos surdos sinalizantes nos sinais que
conhecem e utilizam. A cidade do Rio de Janeiro é composta por 165
bairros distribuídos em quatro zonas geográficas; contudo, neste
estudo, foram coletados sinais referentes a 55 topônimos, o que
corresponde a um terço do total. Para tanto, foram entrevistadas as 22
pessoas surdas residentes na cidade do Rio de Janeiro. Os resultados
apontam a coleta de 130 formas sinalizadas, além de 20 variantes
associadas a essas formas e nove palavras soletradas utilizadas pela
maioria dos participantes para designar determinados bairros,
totalizando 159 ocorrências sinalizadas. A análise também incluiu a
categorização toponímica dos sinais com base nos estudos de
Urbanski, Xavier e Ferreira (2019) e Ferreira e Xavier (2019), às quais
foram acrescidas duas categorias inéditas: empréstimo por soletração
rítmica e misto, além de subcategorias de calque (parcial, total e
imperfeito), de soletração (parcial e total) e de soletração rítmica (parcial
e total). Com isso, busca-se compreender a percepção de surdos
falantes da Libras sobre os aspectos lexicais da língua. Espera-se,
ainda, contribuir para o avanço descritivo e metodológico das
pesquisas em Libras.
Palavras-chave: Libras; toponímia; bairros do Rio de Janeiro; motivação.
