Subjetividade e intersubjetividade: as construções completivas epistêmicas em inglês

Título:Subjetividade e intersubjetividade: as construções completivas epistêmicas em inglês
Orientadora: Lílian Ferrari
Páginas: 209

Linha de pesquisa: Mecanismos Funcionais do Uso da Língua

O presente trabalho enfoca construções completivas epistêmicas em inglês, sob a perspectiva teórica da Linguística Cognitiva, e mais especificamente, da Gramática de Construções, com o objetivo de contrastar construções do tipo [X thinks that Y] e [X thinks Y].Tendo em vista que a língua inglesa apresenta duas construções sintáticas diferentes para sinalizar conteúdo semântico semelhante, a questão que se coloca, a partir do Princípio da Não-Sinonímia (GOLDBERG,1995), é: qual a diferença pragmática existente entre essas construções? Este trabalho busca responder a essa questão, tomando como ponto de partida as noções de subjetividade e intersubjetividade (LANGACKER, 1990; VERHAGEN, 2005). A análise é baseada em dados linguísticos reais, que reúnem construções de complementação instanciadas pelos verbos epistêmicos “to suppose”, “to guess”, “to think”, “to believe”, “to find” e “to know”, retiradas de entrevistas transcritas. Os principais achados da pesquisa podem ser assim resumidos:
(i) Construções completivas epistêmicas (e.g. “I think that he’ll come” and “I think he’ll come”) são mais subjetivas do que construções independentes ( e.g. “He’ll come”), já que as primeiras codificam, direta ou indiretamente, o Ground (falante, ouvinte e circunstâncias imediatas do evento de fala), enquanto as últimas apresentam o evento como se não houvesse nenhum sujeito da consciência implícito.
(ii) Construções completivas epistêmicas, em geral, indicam intersubjetividade, mas o fazem de modo diferente dependendo da estrutura sintática selecionada. As construções completivas sem complementizador sinalizam conjunção cognitiva em relação à perspectiva de outros participantes apresentada no discurso precedente ou disponível através de conhecimento compartilhado; as construções completivas com complementizador indicam disjunção cognitiva em relação à perspectiva de outros participantes.
A principal contribuição do trabalho é o tratamento dos fenômenos de subjetividade e intersubjetividade em construções completivas epistêmicas sob uma perspectiva distinta das propostas de viés discursivo existentes na literatura (TRAUGOTT e DASHER, 2005; VERHAGEN, 2005). Argumenta-se, de forma pioneira, que a intersubjetividade transcende a construção de complementação complexa, codificando a relação entre a perspectiva do falante ou de outros participantes, disponíveis no contexto discursivo precedente.

Categorias: Teses
Autor: Sandra Aparecida Faria de Almeida