Título: Sintaxe e processamento de advérbios no português brasileiro
Orientador: Marcus Maia
Páginas: 173
Dentro do quadro teórico do gerativismo, esta tese se propôs a desenvolver um estudo sobre o posicionamento sintático e processamento dos advérbios seguindo a Hipótese do Especificador (HE). Cinque (1999), Alexiadou (2002) e outros contrariam a análise tradicional dos advérbios como adjuntos e postulam que os sintagmas adverbiais são inseridos na derivação sintática como especificadores de projeções funcionais. A principal evidência empírica utilizada por Cinque para justificar a HE é o posicionamento relativo fixo de advérbios. Cinque ressalta que a força da HE reside no fato de fornecer uma explicação puramente sintática para o fenômeno da restrição posicional dos advérbios. De acordo com o autor, em posições de especificador, o advérbio naturalmente entra em relação com o núcleo que o projeta para checar traços. A hierarquia de núcleos na área funcional da sentença estabelecida pela Gramática Universal (GU), consequentemente, gera a hierarquia dos advérbios. Para verificar a realidade psicológica da HE e a atuação de fatores prosódicos na aceitabilidade dos ordenamentos relativos fixos de advérbios no português brasileiro (PB), reportamos nesta tese experimentos de questionário, de leitura automonitorada e de produção oral. Os resultados de todos os experimentos fortaleceram a HE à medida que indicaram a existência de posições fixas para os diversos tipos de advérbios, de ordenamentos relativos fixos, além de indicar a atuação de fatores prosódicos na aceitabilidade de ordenamentos fixos de advérbios tanto em experimentos de leitura como de produção oral. A partir dos resultados dos experimentos investigamos quais núcleos funcionais são gramaticalizados através de advérbios no PB, os ordenamentos relativos fixos de advérbios existentes no PB e a possibilidade de alguns núcleos funcionais projetarem advérbios na camada complementizadora da sentença.