Processamento de metáforas e rastreamento ocular: um estudo com metáforas novas e convencionais do português brasileiro.

Orientador: Prof(a). Dr(a). Nome. Marcus Antonio Rezende Maia

Páginas: 99

Resumo

A pesquisa teve por objetivo investigar o processamento psicolinguístico de metáforas convencionais e novas/pouco convencionais do português brasileiro, comparativamente a seus sentidos literais correspondentes, através de um experimento de rastreamento ocular. Foram contrastadas sentenças nominais do tipo “X é um Y”, induzidas a um contexto desambiguador metafórico ou literal. Em uma sentença como “Irene é um furacão” (Ricci, 2016), por exemplo, considerando-se um sentido metafórico convencional, o veículo (Y) “furacão” poderia ser compreendido tanto em um sentido literal, como um fenômeno da natureza, quanto como uma pessoa agitada, em sentido metafórico. Da mesma forma, em uma sentença como “Kiara é uma aranha”, seria possível tanto a interpretação literal de um aracnídeo quanto a associação metafórica a uma escaladora habilidosa, em um uso metafórico não convencional, mas alcançável a partir de uma base contextual. A pesquisa buscou contrastar os principais modelos psicolinguísticos associados ao processamento da linguagem figurada, tendo por hipótese que haveria um maior custo cognitivo associado à metáfora, expectativa condizente com modelos teóricos de processamento indireto, como o Modelo Pragmático Padrão (Grice, 1975; Searle, 1979). Foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre metáforas convencionais e novas e suas correspondentes formas literais, o que parece demonstrar um maior esforço cognitivo associado ao processamento de metáforas.

Categorias: Dissertações
Autor: Gisele Rodrigues Abrantes