Título: Para uma análise dos verbos psicológicos do tipo objeto-experienciador no português do Brasil
Orientadora: Alessandro Boechat de Medeiros
Páginas: 74
Linha de pesquisa:Gramática na teoria Gerativa
Esta pesquisa apresenta certas peculiaridades sintáticas e semânticas de verbos conhecidos na literatura como verbos psicológicos do tipo objeto experienciador. Esses verbos são assim chamados porque incluem em seu significado um estado mental (psicológico) que seu argumento interno passa a ter como decorrência do evento a eles associado. Esta pesquisa terá como fundamentação teórica a Morfologia Distribuída (HALLE; MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997, 2001), e tentará decompor tais verbos em uma estrutura de evento que será representada na sintaxe (RAMCHAND, 2003; PYLKKÄNEN, 2002; CUERVO, 2003; LIN, 2004; MARANTZ, 2007; HALE; KEYSER, 1993; etc.).
Uma das peculiaridades dos verbos psicológicos do tipo Objeto-experienciador é permitirem paráfrases que estão relacionadas aos nomes de estado psicológico associados a eles, como, por exemplo, em amedrontar/causar medo e animar/causar ânimo. Muitos desses verbos apresentam, ainda, propriedades morfofonológicas que dão certa indicação de derivação denominal. O verbo emocionar, por exemplo, possui a terminação nominal –ion, de nominalizações no português, que indica que o verbo derivou do nome emoção e não de alguma outra classe de palavra ou de uma raiz acategorial (MARANTZ, 1997). Cremos que a raiz ou nome de base em tais verbos nomeia estados psicológicos e que há uma relação, sintática e semântica (HALE; KEYSER, 1993), estabelecida por um morfema (um prefixo), entre o nome ou raiz que nomeia tal estado psicológico e o complemento do verbo, seu argumento interno. Acreditamos que a estrutura morfológica possa dar explicação para os fenômenos observados em Cançado (2002), Pesetsky (1995) e Landau (2010).
Nessa pesquisa, pretendo entender, portanto, como os Verbos Psicológicos do tipo objeto-experienciador fazem a seleção de seus argumentos, por que eles têm as particularidades de comportamento sintático mencionadas acima e como são interpretados com base no tipo de evento a que estão relacionados ou a estrutura de evento ligada a eles; que relação há entre a morfologia do verbo e a estrutura de evento relacionada a eles.