Título: Os Esqueletos e Os Envoltórios Lexicais em Entradas Lexicais da Língua Japonesa: composicionalidade, arbitrariedade e delimitações da arbitrariedade
Orientadora: Miriam Lemle Páginas: 151
Linha de pesquisa: Gramática na Teoria Gerativa
A presente tese tem como objetivo identificar contextos sintáticos na língua japonesa nos quais podem emergir leituras idiomáticas: na formação de nomes, com foco no processo de sufixação, e na formação de verbos, com foco na leitura de causatividade. A metodologia deste trabalho toma por pauta a teoria da Morfologia Distribuída (MD). A derivação de palavras em japonês não exibe muitas camadas e recategorizações, como no português. Com isso, em japonês, é muito maior a chance de encontrarmos palavras complexas predominantemente com significado transparente, ou seja, com leitura composicional. Apesar dessa diferença estatística, o japonês também tem no seu léxico palavras complexas com leitura idiomática. Na seção voltada para a derivação de palavras, temos como foco as nominalizações geradas a partir de dois grupos de sufixos: sufixos que atribuem significado de ocupação a uma entidade de traço [+ humano] (-in, -sha e -ka) e sufixos de traço [- humano] que portam o significado de ‘espaço’, ‘local’ (-kan, -shitsu e -ya). A identificação da camada na qual a leitura idiomática incide se dá a partir da comparação com os casos bem comportados, ou seja, aqueles em que a leitura das palavras complexas é composicional. Em relação às formas linguísticas portadoras da noção de causatividade, persistindo no objetivo de assinalar onde a idiomatização pode acontecer, pretendo conseguir, por uma tipologia básica, uma apresentação original sobre a formação e os tipos de causativas no japonês (causativas lexicais, sintáticas, zero e adversativas) para, a seguir, focalizar a questão da incidência da leitura idiomática em construções causativas (causativas lexicais) e suas nominalizações – com foco em awase.