O Processamento da Correferência Pronominal Anafórica em Estruturas Complexas de Português Brasileiro.

Título:O Processamento da Correferência Pronominal Anafórica em Estruturas Complexas de Português Brasileiro.
Orientador: Marcus Antonio Rezende Maia
Páginas:
 182

Linha de pesquisa: Linguagem, Mente e Cérebro

Este trabalho tem como objetivo contribuir para a identificação de quatro dos fatores envolvidos no processamento correferencial de expressões anafóricas, em contextos de estruturas subordinativas do Português Brasileiro. Estudam-se os fatores (i) posição estrutural, (ii) paralelismo sintático, (iii) ordem de orações e (iv) tipo de expressão anafórica.
O primeiro experimento foi um teste de leitura automonitorada que teve o objetivo de observar como os falantes/ouvintes de português brasileiro (PB) preferem fazer as retomadas de anáforas em posição de sujeito e de objeto. As estruturas frásicas tinham a ordem subordinante/subordinada. Na primeira oração foram sempre introduzidos dois nomes próprios com funções sintáticas diferentes e gêneros diferentes, um sendo o sujeito e o outro, o objeto. Na oração subordinada, tínhamos sempre uma adverbial temporal introduzida pelo conector “quando” e duas possíveis retomadas anafóricas que variavam quanto a forma, ora era nula, ora era realizada.
No segundo experimento, foi aplicado um teste off-line de questionário, onde foi abordada a questão do traço de número (singular e plural). Foram utilizadas estruturas frásicas com ordem subordinante/subordinada e subordinada/subordinante. As orações subordinadas eram adverbiais concessivas. A expressão anafórica, que nesse experimento só aparecia em posição de sujeito, ora era nula, ora era realizada, tendo como possíveis antecedentes dois SNs comuns, ocupando posições sintáticas diferentes, um na posição de sujeito e o outro na posição de objeto, variando em relação ao número de acordo com sua retomada.
No terceiro e quarto experimentos, foram aplicados dois testes de leitura automonitorada em que foram usadas estruturas próximas das estruturas usadas no segundo experimento. Em um dos experimentos colocamos em jogo o traço de número e no outro o traço de gênero.
Conclui-se que, em PB, diferentemente do que ocorre com as outras línguas pro-drop, como o Italiano e o Português Europeu, os pronomes, nulos e plenos, não têm complementaridade em seu uso. Em PB os pronomes são usados de maneira semelhante. Além disso, a Hipótese do Paralelismo Sintático, que era a nossa hipótese principal, não pode ser confirmada.

Categorias: Dissertações
Autor: Katharine de Freitas Pereira Neto Aragão da Hora