Título:O Processamento da Assimetria Sujeito-Objeto e a Hipótese da Assimetria como Terceiro Fator
Orientador: Marcus Maia
Coorientadora: Aniela Improta França
Páginas: 191
Esta tese investigou o processamento da Assimetria-Sujeito objeto (ASO) em interrogativas-QU do português brasileiro (PB) e do português europeu (PE). A hipótese principal é a de que interrogativas- QU de sujeito e de objeto diferem em vários aspectos, a depender de contextos gramaticais, da atuação de princípios de parsing como o Princípio do Antecedente Ativo (CLIFTON & FRAZIER, 1989) e o Princípio da Cadeia Mínima (DE VINCENZI, 1991; 1996). Além disso, discutiu-se o conceito de “terceiro fator” ou “necessidade conceptual virtual” (CHOMSKY, 2005; 2012; 2013) com o objetivo de argumentar a favor de que a ASO pode ser parcialmente atribuída a um “princípio geral de assimetria”, sob domínio do terceiro fator na perspectiva biolinguística. Esse argumento encontra suporte em exemplos de assimetria na linguagem discutidos na seção 2.3 e nas conclusões de Trotzke, Bader & Frazier (2013) e de Maia (2016). Também foram apresentados e discutidos os resultados de quatro experimentos: dois de leitura automonitorada (um com frases do PE e outro com frases do PB), um de rastreamento ocular com frases do PB e ainda um de eletroencefalografia também com frases do PB. Os resultados apontam preferência de processamento tanto on-line quanto off-line para interrogativas-QU de sujeito na maioria das comparações e prioridade da sintaxe nos procedimentos de parsing. O achado mais importante foi a elicitação de um N400 indicando que o processamento do sujeito só se faz por inteiro quando o objeto entra na estrutura, o que também foi encontrado nos experimentos 2 e 3 e em resultados recentes (FRANÇA & GOMES, 2015; FRANÇA et.al, 2007).