Orientador: Prof(a). Dr(a). Marije Soto
Páginas: 152
Resumo
O presente estudo investiga se adultos bilíngues, entre 18 e 35 anos, que tenham a
língua inglesa como segunda língua e alto nível de instrução formal, possuem
diferenças de desempenho na tarefa de Flanker, ao serem comparados com o grupo
controle, de adultos com baixa proficiência em língua inglesa com mesmo nível de
escolaridade. O que se destaca é a discussão sobre os possíveis efeitos benéficos
do desenvolvimento bilíngue, a chamada ‘vantagem bilingue’ (BIALYSTOK, 2012).
Uma vez que a maioria das pesquisas apontam a vantagem bilíngue em crianças
(BARAC et al., 2014) ou em adultos com idade avançada (BIALYSTOK et al., 2004),
acreditamos que essa diferença não irá desaparecer na idade adulta. Assim como
Grundy et al. (2017), a hipótese defendida é a de que, em uma tarefa de Flanker,
que possua um número equivalente de trials congruentes e incongruentes, os
participantes bilíngues iriam demonstrar performance superior aos com baixa
proficiência na língua. Mais especificamente, acredita-se que os participantes
bilíngues terão menor custo na alternância entre tipos de trials na tarefa de Flanker
(ERIKSEN; ERIKSEN, 1974), apresentando tempos de resposta (TRs) menores,
pois terão maior facilidade de desengajamento e atenção do trial anterior. Além da
tarefa de Flanker, relacionada às funções executivas (FEs) e ao controle atencional,
foram aplicados testes de proficiência linguística adaptados da Cambridge
Assessment English e um questionário de experiência linguística adaptado de Scholl
e Finger (2013). Os participantes (N = 34) foram divididos em dois grupos, de menos
e mais proficientes, de acordo com a proficiência autodeclarada no questionário. Os
resultados obtidos revelaram diferenças entre os grupos mais e menos proficientes
no tempo médio de resposta usando análises padrão para ensaios congruentes ou
incongruentes, corroborando não com Grundy et al. (2017), mas sim com as
hipóteses de Costa et al. (2008; 2009) e de Chung-Fat-Yim et al.(2021) de que os
bilíngues são, de modo geral, mais rápidos e lidam melhor com a situação de conflito
apresentada pelos itens incongruentes. Esses resultados preenchem uma lacuna na
literatura, pois reportam achados sobre a vantagem bilíngue em bilíngues do
contexto brasileiro, que aprenderam a sua L2 em um contexto formal de
aprendizagem.
Palavras-chave: vantagem bilíngue; funções executivas; controle atencional
bilinguismo; cognição
ABSTRACT
The present study aims to investigate whether bilingual adults, between 18 and 35
years old, who have English as their foreign language and a high level of formal
education, will present differences in performance on the Flanker task when
compared to a control group of adults with low English proficiency and the same level
of education. What stands out is the discussion about the possible beneficial effects
of bilingual development, the so-called ‘bilingual advantage’ (BIALYSTOK, 2012).
Since most studies point to a bilingual advantage in children (BARAC et al., 2014) or
in adults with advanced age (BIALYSTOK et al., 2004), we believe that this
difference will not disappear in adulthood. Just like Grundy et al. (2017), the
hypothesis of the present study is that , in a Flanker task, which has an equivalent
number of congruent and incongruent trials, bilingual participants would demonstrate
superior performance to those with low language proficiency. More specifically, it is
believed that bilingual participants will have a lower cost in switching between types
of trials in the Flanker task (ERIKSEN; ERIKSEN, 1974 showing shorter response
times (RTs) because they would more rapidly disengage attention from the previous
trial. In order to investigate that, we ran one experiment related to the executive
functions (EFs) and attentional control, the Flanker task. In addition to that,
participants also completed language proficiency tests from Cambridge Assessment
English and a self-assessment proficiency questionnaire for speakers of English as
a foreign language (Questionário de Experiência e Proficiência Linguística
(QuExPLi)), adapted from Scholl and Finger (2013). Participants (N = 34) were
divided into two groups, one of less and another of more proficient speakers of
English, according to their scores in the tests and in the self-reported proficiency
questionnaire. The results obtained revealed differences between the more and less
proficient groups in mean response time using standard analyzes for congruent or
incongruent trials, not corroborating with Grundy et al. (2017), but with the
hypotheses of Costa et al. (2008; 2009) and Chung-Fat-Yim et al.(2021) that
bilinguals are, in general, faster and deal better with the conflict situation presented
by incongruent items. These results fill a gap in the literature, as they report findings
on the bilingual advantage in bilinguals in the Brazilian context, who learned their L2
in a formal learning context.
Keywords: bilingual advantage; executive functions; attentional control; bilingualism;
cognition