Orientador: Prof(a). Dr(a). Alessandro Boechat de Medeiros
Páginas: 187
Resumo
Esta tese busca compreender e analisar o fenômeno da focalização morfológica
em quatro línguas: persa (indo-europeu), aymara (aymaran), yorubá (níger-congo)
e karitiana (tupi). A hipótese defendida é a de que a focalização sempre envolve a
adjunção de um operador de foco – rotulado como fP e possuidor do traço [+foc]
–, com o posterior movimento do sintagma focalizado para CP. Esse movimento é
parametrizado, podendo ocorrer antes ou depois do Spell-Out. Nessa abordagem,
a variação entre as línguas se daria ou pela parametrização do movimento ou pela
ação de regras morfofonológicas que manipulam a estrutura em PF – refletindo,
assim, o Princípio da Uniformidade elaborado em Chomsky (2001). Para realizar a
análise, a tese se dedica a apresentar descrições para o DP e a sentença em
cada uma das línguas, enfocando aspectos discutidos na literatura sobre os
diversos formativos que compõem sua morfologia nominal e verbal. A tese é
baseada nos pressupostos da Morfologia Distribuída (Halle & Marantz, 1993;
Marantz, 1997, inter alia). A análise apresenta os seguintes resultados: em persa,
a partícula ke é o expoente fonológico do traço [+foc] em fP; em aymara, há
regras de inserção lexical sensíveis a contexto que inserem o sufixo -wa quando
[+foc] é c-comandado por um núcleo Force que tenha os traços [-Q; -wh]; em
yorubá, a partícula ni é o expoente fonológico de [+foc]; em karitiana, o morfe zero
é o item de vocabulário inserido em [+foc] – já que o morfema -ti- é assumido
como um marcador de voz inversa.