Título: Desenvolvimento Fonológico em Crianças com Transtornos do Espectro Autista
Orientador(a):Prof(a). Dr(a). Christina Abreu Gomes
Coorientador(a):Prof(a). Dr(a). Simone Aparecida Lopes-Herrera
Páginas: 101
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo observar como se dá o desenvolvimento fonológico em crianças diagnosticadas com Transtornos do Espectro Autista (TEA), entre 3 e 6 anos de idade, podendo situá-las em relação aos seus pares de outros grupos clínicos e de desenvolvimento típico considerados em estudos anteriores. Para isso, foi adotada a hipótese dos Modelos Baseados no Uso, os quais postulam que a construção do conhecimento fonológico se dá a partir do armazenamento no léxico das palavras que as crianças vão adquirido e organizado em redes de conexões baseadas em semelhanças sonoras e semânticas. Ou seja, é a experiência em falar e ouvir do indivíduo que permitirá a emergência desse conhecimento, estando esse processo associado, então, ao léxico. De acordo com esses modelos, a abstração da fonologia se dá gradualmente, tendo vários níveis de abstração. Para a coleta de dados foram utilizados o teste de vocabulário receptivo Peabody de Dunn & Dunn (1997), as provas de vocabulário expressivo e de fonologia do teste ABFW (ambas compostas por nomeação de figuras) de Wertzner, Andrade, Befi-Lopes e Fernandes (2000), subteste 5 do teste ITPA para memória sequencial auditiva, repetição de pseudopalavras de Esteves (2013) e gravação de fala espontânea. A análise dos dados obtidos a partir dos testes que foram realizados permitiu situar as crianças com TEA com seus pares diagnosticados com Atraso Simples de Linguagem, podendo concluir que essas crianças não apresentam prejuízos em níveis mais abstratos do conhecimento fonológico.
Palavras-chave: Aquisição Fonológica, Modelos Baseados no Uso, Transtornos do Espectro Autista
ABSTRACT
The present paper aimed to observe how phonological development occurs in children diagnosed with Autistic Spectrum Disorders (ASD), between 3 and 6 years old, being able to situate them in relation to their peers from other clinical groups and typical development considered in previous studies. For that, the Usage-Based Models hypothesis was adopted, which postulate that the construction of phonological knowledge emerges from the representation in a lexicon of the words that the children acquired organized in networks of connections based on sound and semantic similarities. In other words, it is the experience of speaking and listening to the individual that will allow the emergence of this knowledge, and this process is then associated with the lexicon. According to these models, phonology abstraction occurs gradually, with several levels of abstraction. For data collection, the Peabody receptive vocabulary test by Dunn & Dunn (1997), the expressive vocabulary and phonology tests of the ABFW test (both composed by naming figures) by Wertzner, Andrade, Befi- Lopes and Fernandes were used (2000), subtest 5 of the ITPA test for auditory sequential memory, repetition of pseudowords by Esteves (2013) and spontaneous speech recording. The analysis of the data obtained from the tests that were carried out made it possible to situate children with ASD with their peers diagnosed with Simple Language Delay, concluding that these children do not present deficits at abstract levels of phonological knowledge.
Keywords: Phonological Acquisition, Usage-Based Models, Autistic Spectrum Disorders