Orientador: Prof(a). Dr(a). Lilian Vieira Ferrari
Páginas: 86
Resumo
O Muro de Berlim (1961-1989) foi um símbolo central da Guerra Fria, criado para impedir a
fuga da Alemanha Oriental para a Ocidental e demarcar a divisão entre as áreas sob a influência
soviética e as administradas pelos Aliados. Sua existência não apenas dividiu fisicamente a
Alemanha, mas também gerou uma divisão ideológica que ainda afeta a sociedade alemã. Após
a queda do Muro, surgiram os “muros mentais” que refletem as divergências culturais e
econômicas entre as antigas Alemanhas Oriental e Ocidental que foram conceptualizadas pelos
alemães. Este estudo analisa o termo “Ossi”, que se refere à alemães orientais, e suas
significações usando a teoria dos frames, de Fillmore (1982, 1985), a noção de construal de
Langacker (1987), conceito de “Muro mental”, de Palliwoda (2019, 2022) e a noção de frame-
shifting, de Coulson (2001). A pesquisa investiga como o termo “Ossi” é percebido tanto por
alemães ocidentais (Wessis) quanto orientais (Ossis), com base em piadas coletadas de diversas
fontes. Os resultados indicam que, para os Wessis, o termo frequentemente carrega conotações
negativas relacionadas a questões econômicas e sociais, enquanto, para os Ossis, ele é usado de
forma positiva ou irônica, destacando orgulho e nostalgia, apontando para uma aceitação e
negação do frame de Ossi, buscando ressignificá-lo.
Palavras-chave: Muro de Berlim, Frames, Ossis e Wessis, Guerra Fria, Linguística Cognitiva,
Frame-shifting