Clíticos, redobro e variação da ordem oracional em Kayabí (Tupi-Guarani)

Título:Clíticos, redobro e variação da ordem oracional em Kayabí (Tupi-Guarani)
Orientadora:Marcia Maria Damaso Vieira
Páginas: 237

Linha de pesquisa:Estudo das Línguas Indígenas Brasileiras

O objetivo desta tese foi investigar o estatuto dos sujeitos pronominais que exibem efeitos de 2ª posição, bem como o papel desses elementos na variação da ordem oracional e nas construções de redobro de clíticos. Constatamos que os pronomes de sujeito do Kayabí são argumentos –XPs que na sintaxe se manifestam em [Spec, TP], da mesma maneira que os sujeitos DPs, seguindo um padrão oracional do tipo SOV. Os efeitos de 2ª posição se derivam da deficiência prosódica desses elementos, que precisam se posicionar como enclíticos. Quando a sintaxe não posiciona, por motivos independentes, nenhum elemento prosódico independente à esquerda do clítico, ocorre Inversão Prosódica (Halpern, 1995) na Fonologia. Essa operação deriva as ordens OsV e VsO. Sendo a primeira a mais freqüente devido à ordem básica SOV. Quando há material lexical à esquerda do clítico, este é posicionado, por meio de regras sintáticas ou por concatenação, em projeções funcionais que compõem a periferia esquerda da oração. Uma projeção bem ativa em Kayabí é o FocP que está envolvido não só nas estruturas de foco, mas também nas interrogativas da língua. Verificamos ainda que esses mesmos elementos pronominais nas construções de redobro são melhor analisados com núcleos de DPs; isto é –Xos, cuja função é lexicalizar um traços – phi de D, emprestando ao sintagma um efeito de definitude. Os achados deste trabalho servem para confirmar algumas propostas teóricas vigentes, tais como: a idéia de Inserção Tardia da Morfologia Distribuída (Embick e Noyer 2001) para dar conta do comportamento sub-especificado dos elementos pronominais; a hipótese de Rizzi (1997, 1999 e 2004) sobre a existência de um sistema funcional mais complexo, localizado na periferia esquerda da oração; e a sugestão de Uriagereka (1995), e Kayne (2001) que em casos de redobro, o clítico e o NP fazem parte do mesmo sintagma, além da hipótese de Tavares Silva (2005) segundo a qual, em certos casos de redobro, o clítico é expressa um traço em D que tem como efeito secundário, uma interpretação de definitude.

Categorias: Teses
Autor: Nataniel Santos Gomes Costa de Oliveira