Aspectos cognitivos das construções condicionais em audiências públicas

Título:Aspectos cognitivos das construções condicionais em audiências públicas
Orientadora: Lilian Ferrari
Páginas: 197

Linha de pesquisa: Mecanismos funcionais do uso da Língua

Esta tese tem como objeto de estudo as construções condicionais “se p, q”, proferidas em audiências públicas do Tribunal de Justiça dos municípios de Niterói e São Gonçalo. Parte-se da perspectiva cognitivista de que os processos de significação na linguagem são uma construção mental estabelecida pelos sujeitos no jogo da interação. Os domínios estáveis (Modelos Cognitivos Idealizados 6 MCIs e Molduras Comunicativas) e os domínios locais (Espaços Mentais) manifestam-se na configuração da construção condicional como um todo. Nesse quadro teórico, estudam-se as operações de emparelhamento sintático, semântico e pragmático que contribuem para o significado global das construções condicionais preditivas, epistêmicas e pragmáticas (SWEETSER 1990), proferidas pelo juiz, promotor, defensor, réu e testemunha. As construções condicionais são altamente produtivas quanto ao papel argumentativo desempenhado no fluxo da organização interacional da audiência pública: (1) a condicional preditiva [SE V. FUT. SUBJ., V. FUT. PERIF. {ir, infinitivo}] mostra a desproporção entre delito e pena; (2) a condicional preditiva [SE V. FUT. SUBJ., V. PRESENTE IND. {backshif}] aponta para o efeito jurídico decorrente da gravidade do fato julgado; (3) em relação às condicionais epistêmicas, a proposição é estabelecida na apódose para acusar o réu (promotor), para favorecer o réu (defensor), para amenizar as acusações dirigidas (réu) e para explicar a relação entre atitude e reação dos jurados (juiz), e (4) em relação às condicionais pragmáticas, a não-assertividade do conteúdo referente ao fato julgado relaciona-se muito mais à convicção de quem a profere do que ao ato de fala explicitado em “q”.

 

Categorias: Teses
Autor: Maria do Rosário da Silva Roxo