Aquisição de PERFECT no Português do Brasil

Título: Aquisição de PERFECT no Português do Brasil
Orientador: Profa. Dra. Adriana Leitão Martins
Páginas: 136

Esta pesquisa tem como objetivo investigar a aquisição de perfect universal e perfect existencial (IATRIDOU, ANAGNOSTOPOULOU & IZVORSKI, 2003) associados ao tempo presente no português do Brasil (doravante PB). Esperamos, dessa forma, contribuir para o estudo da representação do conhecimento linguístico de perfect. A hipótese sugerida para esta pesquisa é de que a realização de perfect universal associado ao tempo presente se dá simultaneamente à realização de perfect existencial associado ao tempo presente na aquisição do PB. Para isso, realizamos um estudo de caso de caráter qualitativo, com coleta de dados feita longitudinalmente por meio de gravações da fala espontânea e semiespontânea de uma criança, totalizando 33 gravações. Como resultado, temos a produção de perfect na fala da participante somente a partir da gravação 15, realizada quando a criança estava com dois anos e seis meses. Os dados obtidos revelaram que a realização do perfect existencial, mais especificamente a expressão do resultado no presente de uma situação passada – também chamado de perfect de resultado –, ocorreu anteriormente à realização do perfect universal. Dessa forma, refutamos a hipótese deste estudo. Os dados obtidos revelaram ainda que, após a realização do perfect de resultado e do perfect universal, houve realizações de perfect existencial que ressaltavam a experiência no presente de uma situação passada – também chamado de perfect experiencial. Logo, sugerimos que haja uma dissociação na representação linguística entre os seguintes tipos de perfect: de resultado, universal e experiencial. Esses tipos de perfect projetariam, respectivamente, os nódulos EPerfP, UPerfP e ExPerfP. Os traços alocados nos núcleos dessas projeções seriam, respectivamente, resultativo, continuativo e experienciação. Os resultados deste estudo ainda evidenciaram que tempo foi adquirido antes de perfect. Portanto, defendemos nesta pesquisa a seguinte representação estrutural: ExPerfP > UPerfP > EPerfP > TP.

Categorias: Dissertações
Autor: Nayana Pires da Silva Rodrigues