Título:A Variação no Âmbito do Irrealis entre as Formas do Futuro do Pretérito e Pretérito Imperfeito do Indicativo na Fala Capixaba
Orientador: Vera Lúcia Paredes Pereira da Silva
Páginas: 153
Este trabalho analisa a variação entre as formas do futuro do pretérito e do pretérito imperfeito do indicativo, sintéticas (amaria e amava, respectivamente) e perifrásticas (iria amar e ia amar, respectivamente), na expressão de informação no âmbito do irrealis, na fala de informantes capixabas. Com base nos princípios daSociolingüística Variacionista, foram investigados os contextos lingüísticos e sociais correlacionados à variação estudada. O corpus pertence ao banco de dados do projeto “O português falado na cidade de Vitória”. No conjunto, os resultados demonstraram um uso equilibrado entre as formas de futuro do pretérito e pretérito imperfeito do indicativo. Analisando-se separadamente os verbos não modais e modais, aqueles foram mais utilizados no futuro do pretérito e estes, no pretérito imperfeito do indicativo, além de inibirem as formas perifrásticas. Os três fatores sociais (sexo, faixa etária e escolaridade) foram selecionados pelo programa computacional Goldvarb (versão 2001). A forma perifrástica IA + verbo foifavorecida nos falantes mais jovens, em verbos não-modais, resultado que pode indicar um processo de mudança em curso. Em relação aos fatores lingüísticos investigados, o paralelismo, o tipo de texto, a saliência fônica, a extensão lexical e o ambiente sintático-semântico foram significantes para a escolha das variantes. Em relação ao processo de gramaticalização do verbo IR com a noção de irrealidade em auxiliar, o estudo mostrou resultados relevantes, tendo em vista afreqüência de tipo e de ocorrência. Complementaridade entre os modos de organização narrativo e descritivo no gênero História em quadrinhos dentro da perspectiva das etapas narrativas propostas por Labov e Waletzky (1972) e dos enquadres dos planos descritivos estabelecidos por Rincón (1996) e Rama & Vergueiro (2004)