Orientador: Prof(a). Dr(a). Aniela Improta França
Páginas: 162
Resumo
Na perspectiva da teoria gerativa, assume-se que existe um módulo da mente
geneticamente programado para a linguagem, e a aquisição ocorrerá através do
crescimento e maturação de capacidades relativamente fixas em condições externas
adequadas durante o período crítico (CHOMSKY, 1959. Como um contraponto ao
desenvolvimento linguístico esperado, crianças com distúrbios de aprendizado
apresentam um desenvolvimento linguístico bastante comprometido. Por exemplo,
portadores do transtorno do espectro autista (TEA) possuem déficts característicos nos
padrões de comunicação, cognitivo e interacionais, além de exibirem dificuldade ao
teorizar sobre outras mentes. Um transtorno que pode levar a prejuízos desse tipo é o
transtorno do espectro do autismo (TEA) que, segundo o Manual de Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), pode ser definido como defasagem
persistente na comunicação e interação social, em que o sujeito apresenta um padrão
restrito e repetitivo de comportamento, interesses ou atividades. Indivíduos com TEA
têm dificuldades linguísticas e também dificuldades de comunicação, já que apresentam
dificuldade em compreender a intenção do outro (Teoria de Mente). Dentre os
fenômenos mais intrigantes nos autistas, está o uso sui generes que fazem dos
pronomes. A comunicação envolve formas de transmitir fatos, ideias, desejos,
pensamentos e opiniões, e isso se dá através da linguagem. Na presença de transtornos
como o TEA, se têm impactos na capacidade de reconhecimento do self e a
comunicação com outras pessoas. O presente estudo busca compreender como funciona
a linguagem em participantes que possuem déficits linguísticos, pois avaliará a
aquisição dos pronomes “eu”, “você”, “ele/ela” e “eles” através da produção destes por
crianças com TEA de 4 a 6 anos de idade, em comparação com seus pares neurotípicos.
Sendo possível, desta forma, traçar a linha do tempo da aquisição dos pronomes
pessoais por crianças autistas comparadas às crianças neurotípicas, e estabelecer
padrões esperados e contribuir com modelos de funcionamento da linguagem.