Título: A alternância do diminutivo -inho/-zinho no português brasileiro: uma abordagem pela fonologia de uso
Orientador:Marília Facó
Páginas: 171
Neste trabalho, investiga-se a alternância do diminutivo –inho / -zinho, delimitando os seus respectivos contextos de aplicação e as motivações que promovem, em certos casos, a ocorrência simultânea dos referidos sufixos no Português Brasileiro (doravante PB). Mais especificamente, pretende-se analisar a formação produtiva do diminutivo a fim de constatarmos se temos um único sufixo diminutivo ou se trata de dois processos distintos que dão origem, respectivamente, às formações X-inho e X-zinho. Nesta perspectiva, visamos tratar a alternância do diminutivo –inho / -zinho a partir dos pressupostos da Sociolinguística Variacionista e do referencial teórico da Fonologia de Uso (Bybee, 2001). Com o intuito de aferirmos o que motiva a escolha do falante por um ou ambos os formativos, nossa análise foi direcionada para fatores de natureza estrutural e social, como o número de sílabas da base (monossílabo; dissílabo; trissílabo; polissílabo), a acentuação da base (oxítona; paroxítona; proparoxítona), a finalização da base (vogal; ditongo; consoante), a faixa etária (de 06 a 78 anos), o sexo (masculino; feminino), a orientação sexual (heterossexual; homossexual; bissexual), a escolaridade (fundamental; médio; superior) e o dialeto regional do falante (carioca; fluminense; outro). A amostra coletada é constituída de dados do dicionário Aurélio Eletrônico (versão 3.0), de dados de fala, oriundos do Programa de Estudos sobre o Uso da Língua (PEUL) e do Grupo de Estudos Discurso & Gramática (D&G), de um teste de produtividade e outro de aceitabilidade. Para a análise estatístico-computacional, utilizou-se o programa EXCEL 14, que integra o pacote Office 2010 para a plataforma Windows 7 da Microsoft Corporation, com o acréscimo do suplemento [addin] REXCEL. Neste estudo, utilizou-se a técnica de análise de variância multifatorial (ANOVA Multi Way) para medidas repetidas com intervalo de confiança de 95%, a fim de avaliar se o efeito dos fatores sociais (sexo, dialeto regional e faixa etária) é determinante na seleção do(s) sufixo(s) em análise e se há ou não convergência entre as formas diminutivas –inho e/ou -zinho, medidas ao nível de atitudes dos respondentes por um teste de aceitabilidade. Os resultados revelam que há evidência para admitirmos a existência de duas formas distintas no PB, -inho e –zinho, e indicam que há uma interação entre os fatores dialeto regional, sexo e faixa etária na seleção dos referidos sufixos diminutivos.