Orientador: Prof(a). Dr(a). Alessandro Boechat de Medeiros,
Páginas:301
Resumo
Neste trabalho, buscamos compreender de que forma se dá a relação entre
nomes abstratos e a distinção massivo contável. A hipótese que defendemos é a de que a
gramática lê os nomes abstratos e os concretos de forma diferente. Para além disso,
estabelecemos uma lista de características que buscam restringir o que seriam nomes
abstratos e montamos uma tipologia com nove classes de nomes abstratos. Para
validarmos essa tipologia, fizemos uma comparação do português brasileiro com a
língua alemã da Alemanha através de dois corpora. Com tal comparação, pudemos
demonstrar que nossa tipologia, baseada na semântica, se mostrou capaz de ser aplicada
a uma outra língua, tendo em vista que houve grande similaridade estatística entre as
duas línguas. Nossa análise mostrou que a gramática lê os nomes abstratos de forma
diferente dos nomes concretos. Adjetivos que diferenciam nomes concretos massivos de
nomes concretos contáveis não se acontece com nomes abstratos em geral; para além
disso, questionamos a noção de contagem e medida aplicada a nomes abstratos. O uso
do plural em tais nomes foi distinto também, já que o plural normalmente mudou o
sentido de vários nomes abstratos, algo que não acontece com nomes concretos. O
resultado dos nomes abstratos por classe revelou que nomes de estado possuem grande
taxa de singular, os nomes de objeto uma baixa taxa de singular e os nomes de
quantidade obtiveram uma alta taxa de combinação com numerais.
Palavras-chave: nomes abstratos, semântica formal, distinção massivo-contável