Variação Fonológica das Letras Manuais na Soletração Manual em Libras

Orientador: Prof(a). Dr(a). Andrew Ira Nevins

Páginas: 256

Resumo

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua gestual-visual, com uma estrutura linguística que compreende tanto elementos segmentais quanto suprassegmentais, abrangendo a produção de sinais nativos, sinais soletrados e palavras soletradas, juntamente com as expressões não manuais, que variam de acordo com o contexto linguístico. Esta pesquisa se concentra na investigação da soletração manual das palavras em Libras, um recurso frequentemente subestimado devido à sua associação com o português, sobretudo no que diz respeito à datilologia e ao alfabeto manual. O estudo aborda temas como a distinção entre línguas de sinais primárias e secundárias, além da classificação dos alfabetos manuais. O objetivo principal da pesquisa é apresentar a variação fonológica das letras manuais da Libras, com ênfase na identificação e documentação das letras canônicas e suas variantes. Além disso, propõe-se a inclusão de símbolos para representar as letras e suas variantes na transcrição fonológica. Um aspecto fundamental abordado neste estudo é o contato linguístico da Libras com o português nas comunidades surdas do Brasil, o que leva a fenômenos linguísticos como empréstimo lexical e interferência. Esses fenômenos impactam a estrutura linguística da Libras do ponto de vista interlinguístico e intermodal. A pesquisa detalha a estrutura do alfabeto manual da Libras, a diferença entre palavras soletradas e sinais soletrados, a adaptação da matriz de traços distintivos das configurações de mãos da Libras e a seleção de dedos. Tal detalhamento se deu a partir da análise descritiva dos dados coletados nos vídeos monológicos em Libras, postados nas redes sociais dos participantes surdos nativos e não nativos, em um estilo não monitorado e informal. Ainda, a pesquisa investiga os processos fonológicos presentes, como assimilação, enfraquecimento, apagamento, antecipação dos dedos mínimo e polegar, perseveração dos dedos mínimo e polegar, coprodução falangeana e suavização entre letras duplicadas. Os resultados revelam a existência de variantes em todas as letras manuais, de A a Z, em três parâmetros fonológicos, ressaltando a importância do uso das palavras soletradas na
comunicação em Libras.

Palavras-chaves: Libras; alfabeto manual; palavra soletrada; variação fonológica; interlinguística.

Categorias: Teses
Autor: Heloise Gripp Diniz