Perfil linguístico de pré-escolares com diagnóstico de encefalopatia crônica não progressiva do tipo hemiplegia espástica

Orientador: Prof(a). Dr(a). Marília Uchôa Cavalcanti Lott de Moraes Costa
Páginas: 119

Resumo

A encefalopatia crônica não progressiva é o termo que caracteriza um grupo de desordens
permanentes e não progressivas do desenvolvimento motor que ocorrem durante o
desenvolvimento do feto, ao nascimento ou até os 2 anos de idade, e pode ser classificada
segundo a topografia da lesão e distribuição de tônus (ROSENBAUM et al., 2007). Em casos
do tipo hemiplégico espástico, há um acometimento motor ipsilateral dos membros superiores e
inferiores, associado a rigidez da musculatura. Essa disfunção motora usualmente é
acompanhada de comorbidades do neurodesenvolvimento, como transtornos de linguagem. O
processo de aquisição nesta população pode ocorrer com desvios ao padrão típico, portanto a
definição de um padrão específico para pessoas com esse diagnóstico é uma contribuição
científica importante, que auxiliará a traçar metas de reabilitação alcançáveis e obter
informação mais detalhadas sobre os objetivos a serem alcançados em terapia. O objetivo dessa
dissertação é, portanto, definir o perfil linguístico de pré-escolares com diagnóstico de
encefalopatia crônica não progressiva do tipo hemiplegia espástica na faixa etária pré-escolar,
de 5 anos a 5 anos e 11 meses. Nossa hipótese é de que seja possível traçar este perfil com as
estratégias escolhidas, mostrando a forma como essas crianças têm suas características
linguísticas, se comunicam, e quais alterações da linguagem compreensiva são mais
observadas. A pesquisa foi realizada a partir da análise de 22 prontuários de crianças atendidas
em um hospital de reabilitação na cidade do Rio de Janeiro. Utilizamos as informações
reportadas pelos profissionais que utilizaram o protocolo ADL II (MENEZES, 2019), que não
foi elaborado especificamente para essa população. Os resultados mostraram que foi possível
definir um perfil de aquisição linguística. Observamos que apresentam grau I de acometimento
motor, comunicam-se oralmente com diferentes níveis de inteligibilidade, e as alterações
específicas da compreensão da linguagem apresentam forte associação estatística com a
presença de atrasos na cognição. Acreditamos que pesquisas futuras são fundamentais, no ramo
de avaliação desta população, pois possibilitariam o desenho desses perfis cognitivo-
linguísticos e contribuiriam para o estabelecimento de padrões específicos e alcançáveis.

Categorias: Dissertações
Autor: Amanda Bittencourt Cardozo