Título: Verbos de Estado e Morfologia de Progressivo: Um Estudo Comparativo entre o Português do Brasil e o Inglês dos Estados Unidos da América
Orientador: Adriana Leitão Martins
Páginas: 202
Neste estudo, temos como objetivo contribuir para o entendimento do que caracteriza verbos de estado. Mais especificamente, nossos objetivos são investigar como verbos tipicamente classificados como verbos de estado veiculando o aspecto imperfectivo contínuo, são realizados no português do Brasil (PB) e no inglês dos Estados Unidos da América (IEUA) e fazer uma análise comparativa entre as realizações das duas línguas. Nossas hipóteses são que, para realizar verbos tipicamente classificados como verbos de estado veiculando o aspecto imperfectivo contínuo, (i) falantes nativos do PB se utilizam exclusivamente da morfologia de não progressivo e (ii) falantes nativos do IEUA se utilizam exclusivamente da morfologia de não progressivo. Para testar essas hipóteses, foram analisados dados de falantes das duas línguas através de dois testes de produção: um teste escrito de preenchimento de lacuna e um teste oral de produção semi-espontânea. Os resultados obtidos no primeiro teste sugerem que a maioria das subclasses de verbos classificados como verbos de estado testadas pode ser utilizada com a morfologia de progressivo no PB, como a perífrase “estar” + gerúndio e, no IEUA, como a perífrase “to be” + gerúndio. Os resultados obtidos no segundo teste sugerem que essa morfologia é quase tão utilizada quanto a morfologia de não progressivo na fala semi-espontânea de nativos do PB, mas é bem menos utilizada que a morfologia de não progressivo na fala semi-espontânea de nativos do IEUA. Desse modo, nossas hipóteses foram refutadas. Apesar de alguns desses verbos tipicamente classificados como verbos de estado serem utilizados com a morfologia de progressivo, argumentamos que esses não são verbos de estado verdadeiros por não possuírem o traço [+estativo] desde o léxico.