Aquisição da variação da líquida não-lateral em coda no português brasileiro

Título:Aquisição da variação da líquida não-lateral em coda no português brasileiro
Orientador: Christina Abreu Gomes
Páginas: 84

O objetivo principal dessa dissertação é analisar as ocorrências de (r) em coda final e interna no período aquisitivo, tomando como hipótese que a variação faz parte da representação mental que as crianças constroem dos itens lexicais que fazem parte de seu léxico, pois elas estão não só adquirindo conhecimento sobre o contraste lexical, como também adquirindo mecanismos de produção que as tornam membros da comunidade de fala em que estão inseridas. Para tanto, toma-se como embasamento teórico os modelos baseados no uso – diversos níveis de representação vão sendo estabelecidos pelas crianças a partir de sua experiência com itens lexicais que vão sendo armazenados no léxico mental; e, os pressupostos da sociolinguística variacionista – o sistema linguístico é heterogêneo, a variabilidade observada na fala é manifestação dessa característica. Além disso, se a variação é inerente ao sistema, faz parte da aquisição da língua.
Foram analisadas 11 crianças com idades entre 2:1 e 5:0 da amostra transversal AQUIVAR/PEUL-UFRJ e os resultados mostram que há uma diferença entre as crianças mais novas e as mais velhas em relação à realização da coda interna, indicando que esta é a representação central da coda nesta posição. Diferentemente, os resultados para coda final em verbo mostram que a coda não é realizada pela a maioria das crianças em todas as faixas etárias, tendo como a representação central a não realização. Já os resultados para a coda em final de nomes, devido à pouca quantidade de dados encontrados durante a análise, não oferecem evidência clara sobre o status da coda na representação. Os resultados para onset demonstram a aquisição tardia da líquida nãolateral, sendo essa adquirida e realizada a partir dos 3 anos de idade.

Categorias: Dissertações
Autor: Vanessa de Carvalho Faria Menezes