Título: Referência nominal, pronominal e anáfora zero na fala
Orientador: Vera Lúcia Paredes P. da Silva
Páginas: 124
Este trabalho investiga a continuidade referencial em discursos oficiais, isto é, proferidos em situações muito formais, como as Assembléias Gerais da Organização das Nações Unidas e as sessões de posse na Academia Brasileira de Letras. É considerada a continuidade de referentes de 3ª pessoa, identificáveis (definidos e determinados), na posição de sujeito e em orações com verbos finitos e suas formas de expressão variantes: sintagmas nominais, pronomes e anáforas zero. Associando a perspectiva teóricometodológica variacionista a conceitos do funcionalismo americano, utilizamos a escala de conexão discursiva, o traço de animacidade do referente, a ambiguidade, a ênfase (ou contraste), o tipo sintático da oração, os tipos textuais e a situação comunicativa como variáveis neste estudo. Além disso, foram consideradas na análise duas situações: o preenchimento ou não do sujeito e, no caso de sujeito preenchido, se o preenchimento ocorria através do nome ou do pronome.
Os fatores que se mostraram sistematicamente mais relevantes nesta investigação foram a ambiguidade, os tipos de oração e a escala de conexão discursiva. Os tipos de texto, na análise do sujeito preenchido vs. não-preenchido, e a ênfase, em nome vs. pronome, também se mostraram significativos. Observou-se que contextos ambíguos, orações principais e independentes e graus que indicam conexão de discurso menor favorecem a presença de sujeitos e retomadas nominais. As sequências expositiva/explicativa e argumentativa e o caráter não-enfático ainda favorecem preenchimento do sujeito e o uso do nome, respectivamente.