Contrastes e Confrontos: um estudo funcional do elemento mas na fala e na escrita

Título: Contrastes e Confrontos: um estudo funcional do elemento mas na fala e na escrita
Orientador: Maria Luisa Braga
Páginas:
 238

Linha de pesquisa: Língua e Sociedade

Na presente tese, investigamos em que medida as funções semânticas do mas e a arquitetura das construções nas quais o elemento se insere são determinadas pela modalidade (fala ou escrita). Descrevemos as instâncias de atuação do item, vinculando segmentos sintagmáticos ou unidades discursivas. Para isso, controlamos grupos de fatores como presença/ ausência de negação, transitividade verbal, gênero discursivo e seqüências tipológicas textuais. Como referencial teórico, utilizamos os pressupostos teóricos do funcionalismo lingüístico para descrever e comparar o comportamento sintático e semântico dos segmentos conectados pelo mas. As amostras utilizadas constam de dados da modalidade falada e escrita, do Rio de Janeiro, extraídos de entrevistas, aulas e jornais escritos. Da perspectiva da metodologia adotada na pesquisa, valemo-nos de alguns recursos da teoria da variação lingüística, com base nos quais, submetemos os dados a um tratamento quantitativo, por meio do pacote Makecell (do programa VARBRUL), mesmo sem estar operando com uma regra variável. Assumimos nesta tese, a hipótese de que haja uma correlação entre as funções semânticas do mas, os tipos de segmentos por ele ligados, a modalidade (falada ou escrita) na qual o elemento se encontra e os gêneros e as seqüências tipológicas textuais dos trechos nos quais o elemento ocorre. Visando à comprovação empírica desta hipótese, os contextos de inserção do item mas foram analisados, a partir de parâmetros sintáticos e discursivopragmáticos, e os resultados quantitativos da pesquisa evidenciaram que: (a) os diversos mecanismos funcionais encabeçados pelo mas exibem um padrão distribucional divergente entre si e, portanto, remetem a contextos sintáticos e discursivo-pragmáticos distintos; (b) tais diferenças se explicam pela ação de grupos 9 de fatores como tipo de segmento conectado, modalidade, gênero textual e seqüência tipológica textual; (c) alguns usos de mas são influenciados pela presença/ ausência da negação lexicalizada e sua posição em relação ao elemento em estudo; (d) as funções semânticas desempenhadas pelas construções encabeçadas por mas têm alguma relação com o grau de fragmentação/ integração; distanciamento/ envolvimento presentes nos gêneros textuais utilizados nesta tese; (e) para cada grupo semântico examinado, algun (s) tipo (s) de verbo (s) é (são) mais freqüente(s).

Categorias: Teses
Autor: Paulo Henrique Duque