Título: A concordância na Síndrome de Alzheimer
Orientadora: Celso Vieira Novaes
Páginas: 136
Linha de pesquisa: Língua e Sociedade
Este trabalho apresenta um estudo sobre a concordância (AGR) na fala de indivíduos com a Síndrome de Alzheimer, falantes do português do Brasil (PB). Segundo o Programa Minimalista, AGR é semanticamente não-interpretável. Já outros estudos questionam a não interpretabilidade semântica do traço de AGR (VAN VALIN, 2002) ou sugerem a interpretação de que alguns traços de AGR possam ser semanticamente interpretáveis, como os relativos à primeira pessoa do singular (NOVAES, 1996). Com vistas a analisar o status de AGR, no PB, foram analisados dados provenientes da fala espontânea de três indivíduos com a Síndrome de Alzheimer, com comprometimentos conceptuais diferentes. Também foram propostos alguns exercícios de checagem de concordância verbal e nominal. De um modo geral, os indivíduos não apresentaram problemas em gerenciar as informações ligadas à concordância verbal e nominal. No entanto, os resultados evidenciam que quanto maior o comprometimento conceptual dos indivíduos com a Síndrome de Alzheimer, mais problemas em relação à concordância lingüística eles apresentam. Conseqüentemente, na fala espontânea, observa-se uma tendência maior ao preenchimento do sujeito de primeira pessoa do singular pelos pacientes com mais déficits conceptuais. Esse fato pode ser interpretado como uma dificuldade desses indivíduos em recuperar uma informação conceptualmente motivada, codificada exclusivamente na morfologia do verbo, corroborando a proposta de Novaes (op. cit.).