A dislexia para além de estudos fonológicos – rastreando morfemas, letras e imagens.

Título: A dislexia para além de estudos fonológicos – rastreando morfemas, letras e imagens.
Orientador:Marcus Antonio Rezende Maia
Páginas: 220
Coorientador:Renata Mousinho Pereira da Silva

Linha de pesquisa: Língua e Sociedade

Esta tese apresenta estudos desenvolvidos sob a luz da psicolinguística tendo como alvo a dislexia, fazendo uso da morfologia, do reconhecimento de letras e do reconhecimento de figuras, sempre comparando disléxicos com bons leitores. As técnicas utilizadas captam o processamento imediato da informação: priming, decisão lexical e rastreamento ocular.

O grupo disléxico foi sempre mais lento nas respostas do que o grupo controle em todos os experimentos realizados. A morfologia foi observada através de estudo de priming morfológico e decisão lexical e os resultados mostraram que ambos os grupos tiveram facilitação morfológica. O processamento visual de letras e de figuras comparou pares de itens dispostos para análise em dois experimentos com o rastreador ocular. Para reconhecimento de letras, compararam-se os estilos maiúsculo, script e cursivo, tendo o grupo controle realizado maior tempo de fixação na letra script, mostrando que este estilo tem maior demanda cognitiva nesta faixa etária das crianças. Na comparação entre os estilos, observou-se gradação no tempo de primeira fixação dos diferentes estilos de letras, sendo fixado por menos tempo o estilo maiúsculo. Este resultado confirma a hipótese inicial, de que seria mais perceptível o estilo maiúsculo.

O grupo disléxico teve menos tempo de fixação no estilo maiúsculo, e os estilos script e cursivo foram equivalentes. Em relação à identificação sonora, ambos os grupos reconheceram o som independente do estilo de letra.

O estudo que tratou a diferença entre figuras revelou que os dois grupos, controle e disléxico, se mantiveram na mesma direção, a diferença novamente ficou por conta do tempo e das vezes em que a área foi fixada. Os disléxicos fixaram menos vezes a área, sendo mais lentos do que os bons leitores. Para o grupo controle, as figuras diferentes por horizontalidade foram as que demandaram mais tempo de fixação, demonstrando um custo maior de processamento. Já o grupo disléxico teve tempos de fixação ocular equivalentes em quaisquer diferenças e nas figuras iguais apresentaram maior tempo quando o estímulo era igual de traçado descontínuo, comparativamente ao traçado contínuo.

 

Categorias: Teses
Autor: Luciana Mendes Pereira